domingo, 18 de março de 2012

BRINCANDO CARNAVAL

de Dennis Downing


Era quarta-feira de cinzas. Estava sentado na frente da pequena sala
onde aplicava injeções na emergência do Hospital Getúlio Vargas.
Corredor lotado. Macas enfileiradas dos dois lados. Só dava para uma
maca ou cadeira de rodas passar pelo meio, e o que passava de
bombeiros chegando e maqueiros voltando era impressionante.
Emergência lotada em hospital público não é novidade. Mas, durante
Carnaval parece cenário de filme de guerra.

Meu amigo Tavares, um morador de rua, estava no hospital devido a uma
“brincadeira” de outro “amigo”. O “amigão” dele achou engraçado dar
algumas latas de cana para Tavares e depois jogá-lo no chão em cima
de uma planta venenosa. Até hoje não descobri o nome daquela planta,
mas, o que ela fez com o braço de Tavares era de espantar. Parecia
queimadura de terceiro grau. Além de uma fratura no braço, ele também
sofria com a pele ardendo e corria sério risco de infecção.

Lá estavamos, sentados em cadeiras de plástico, aguardando as
injeções antitetânico, de um antibiótico e do analgésico que Tavares
precisava para aguentar a dor. Ainda alimentamos uma pequena
esperança de conseguir uma maca para ele, pois Tavares teria que
passar alguns dias naquele corredor.

Enquanto aguardávamos, eu olhei as paredes da sala. Estavam todas
enfeitadas com detalhes de decoração de Carnaval – serpentinas em
fita de papel, buzinas, balões e chapéus de isopor, e as tradicionais
máscaras de todos os tipos. Tudo com cores berrantes. Parecia uma
alegria só.

Fiquei olhando para a decoração festeira e para os homens, mulheres e
crianças imprensados nas cadeiras e enfileirados nas macas no
corredor. Quanta festa! Quanta alegria! Quanta dor! Quanta tragédia!

É claro que nem todas as dezenas de pessoas sendo atendidas na
emergência estavam lá em decorrência do Carnaval. Mas, nos dias que
sucederam, conversando com um e outro, descobri que vários estavam
lá, sim, justamente como consequência dos acidentes, das bebedeiras,
das brigas e agressões, enfim, das “brincadeiras” da grande festa do
rei Momo.

Sabia que o “rei Momo”, personagem da mitologia grega, era filho do
sono e da noite, e, de acordo com a lenda, foi expulso do Olimpo por
ridicularizar os outros deuses? Imagine como o verdadeiro Deus se
sente nos dias do nosso Carnaval.

Sabia que a palavra Carnaval vem do latim “carne levare” que
significa “abstenção de carne”? A expressão originalmente se referia
à tradição da igreja Católica instituida no século XI da Quaresma, um
período de 40 dias de privações que se iniciava na Quarta-feira de
Cinzas e terminava na Páscoa. Uma idéia interessante, certamente com
boas intenções. Entretanto, a chegada do período de privações acabou
incentivando a entrega aos prazeres da carne no período que antecedia
esses dias de abstenção. Logo começou a nascer o espírito do nosso
“Carnaval”.

Enquanto olhei os enfeites bonitos e alegres nas paredes da
emergência, não podia deixar de ser comovido pelo contraste com os
corpos agredidos, abusados e quebrados ao meu redor. Não havia lugar
para se sentar. Um homem tentava dormir numa cadeira. Mãe e filha
encolhidas em outra. Só dava para imaginar o que havia sucedido. Um
senhor de idade vagava de sala em sala buscando uma pessoa para
autorizar um raio-x.

Conversei com os parentes de um jovem que sofreu um derrame. Veio de
outro estado brincar Carnaval aqui. E acabou em trajédia, paralisado
em cima de uma maca. O irmão, perplexo, só olhava para o espaço. Ele
aceitou, grato, uma folha com um salmo. Não tenho a coragem em
lugares assim de “pregar”. Alguns tem. Eu não tenho. Só consigo fazer
uma pergunta ou outra para compreender um pouco melhor o que estão
passando. Escuto. Oro. Compartilho um salmo. É o que precisam.

Fiquei olhando as máscaras na parede. O que talvez para alguns era um
adereço alegre para mim parecia algo sinistro. Comecei a pensar, por
que máscaras? Para que encobrir? Ocultar o que? O que se tem a ganhar
com isso? Quem tem a ganhar com isso? Aí, me lembrei de quem encobre,
esconde e finalmente engana. É o pai de tudo isso. É a arte, a
profissão dele.

Carnaval. É uma alegria só. Não é verdade? É o grande momento dos
adultos “brincarem”. Sim, claro.

Só não entendo por que os bancos de sangue tem que fazer tantos
apelos nas semanas que antecedem Carnaval. Não faz sentido para mim
por que o estado tem que mobilizar tanto policial nesses dias tão
alegres. É um mistério por que as emergências ficam lotadas e o
movimento no IML se torna tão intenso num momento tão festeiro. Nunca
entendi porque aquela minha amiga que é obstetra diz que daqui a nove
meses vai nascer tanto bebê nas maternidades públicas, e
estranhamente de tantas mães solteiras. Estranho. Não dá para
entender. Deve ser coincidência.

Carnaval é uma alegria só, não é? Vai se juntar? Vai se divertir? Vai
brincar?
A escolha é sua. Mas, se for, não esqueça sua máscara.

PRISÃO OU LIBERDADE

de André de Oliveira


[*** Após esses dias de tentações "carnais" que se passaram, esta
reflexão de André é muito atual. Se gostar, compartilhe com amigos e
colegas, ou copiando o texto (incluíndo os links) e re-enviando, ou
simplesmente enviando o link no final da mensagem. Bom proveito!]

"Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da
servidão." Êxodo 20:2

O Egito representa a escravidão. Principalmente o jugo de uma vida
onde o pecado nos domina e os nossos desejos nos aprisionam. Mas,
deus na sua grande misericórdia, providenciou para nós um resgate,
uma porta de esperança, a saída das trevas para Sua luz.

"Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim
não permaneça nas trevas." João 12:46

Vivíamos atolados nos nossos erros e própria confusão. Vivíamos sem
Deus e sem real esperança. Mas Cristo veio a nós, para nos resgatar
desta prisão nas nossas almas e corações. Ele, pelo grande amor com
que nos amou, nos chamou de volta para vivermos de uma maneira
totalmente nova.

" Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado
com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os
olhos, E ouçam com os ouvidos, E compreendam com o coração, E se
convertam, E eu os cure." Mateus 13:15

Amados, muitos já experimentaram ter uma vida transformada, ser
renovados pelo amor de Deus, conhecer a alegria da salvação. Mas, por
se deixarem seduzir pelas ofertas deste mundo, por se deixarem ser
dominados pelos seus próprios desejos, acabaram por endurecer o
coração e se afastar do caminho que nos leva a Deus. Talvez este seja
o seu caso. Você já esteve caminhando firme com o Senhor, esteve
crescendo no amor, na confiança, na comunhão com o Senhor Jesus. Mas
num dado momento começou a afastar-se, a preferir buscar os seus
interesses, prazeres, desejos pessoais, do que seguir a Palavra que
SEMPRE nos leva à vida. Com isto seu coração se esfriou, se endureceu
e você se afastou.

Querido, isso não vale a pena. Não retorne ao Egito, às práticas de
pecado do seu passado, as quais você já havia renunciado. Não tome o
jugo do pecado, porque ele é pesado demais! À escravidão aos seus
próprios desejos, ao seu ego.

"E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe,
viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo,
lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. " Lucas 15:20

Deus é um pai que está de braços abertos para você. Para lhe receber
de volta. Para lhe restaurar. Para lhe curar de verdade, e lhe
libertar.

Saiba que está em suas mãos a escolha do caminho a seguir. O da vida
ou o da morte. E se você escolher o da vida, tenha certeza:
"O SENHOR, pois, é aquele que vai adiante de ti; ele será contigo,
não te deixará, nem te desamparará; não temas, nem te espantes."
Deuteronômio 31:8

O Senhor te ajudará neste processo de restauração do seu coração.
Acredite e prossiga!

O MEU TEMPO ESTÁ PRÓXIMO

de Dennis Downing


No primeiro dia da festa dos pães sem fermento, os discípulos
dirigiram-se a Jesus e lhe perguntaram: “Onde queres que preparemos a
refeição da Páscoa?” Ele respondeu dizendo que entrassem na cidade,
procurassem um certo homem e lhe dissessem: “O Mestre diz: O meu
tempo está próximo. Vou celebrar a Páscoa com meus discípulos em sua
casa”. Os discípulos fizeram como Jesus os havia instruído e
prepararam a Páscoa. - Mateus 26:18

“O meu tempo está próximo”, Jesus disse.

Não era seu tempo de ser reconhecido, e sim, rejeitado.
Não era seu tempo de ser honrado, mas, humilhado.
Não era seu tempo de ganhar, e sim, perder.
Tudo. Amigos. Família. Força. Roupa. Vida.

Não sabemos o que nos espera amanhã ou no mês que vem. Podem ser
novidades agradáveis ou pode ser conflito, sofrimento ou perda.
Embora Jesus merecia o melhor, ele encarou sua hora de injustiça e
humilhação com a confiança de que Deus está em controle.

O Filho de Deus se preparou para celebrar a Páscoa, embora sabia que
ele mesmo seria o próprio cordeiro a ser sacrificado.

Seja qual for sua situação hoje ou amanhã, se você confia que Deus
pode salvar sua alma, confie também que ele sabe cuidar das
circunstâncias da sua vida, seja quais elas forem.

Oremos: Soberano Deus, ninguém sabe cuidar de nós como o Senhor. Nem
nós sabemos cuidar de nós mesmos como o Senhor. Obrigado pelo exemplo
de Jesus que sempre confiou no Senhor e nos mostrou como nosso Pai
cuida de todos os seus filhos. Que um dia possamos celebrar de novo
com ele aquela ocasião quando, no meio de tanta dor e sofrimento, o
Senhor nos deu a própria salvação. Em nome de Jesus oramos. Amém.

OPOSIÇÃO

de Henry Blackaby


Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em
sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito
e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o
menino para o matar. Mateus 2:13

Quando Deus falar claramente para você e você obedecer a vontade
dEle, pode esperar que você enfrentará oposição. Ataques espirituais
nem sempre são sinal de que você está fora da vontade de Deus; eles
podem indicar que você está exatamente no centro da vontade dEle.

O marido de Maria, José, era um homem justo que temia a Deus, mas
mesmo assim sua obediência a Deus o forçou a fugir para se manter
vivo num país estrangeiro. A dificuldade de José veio, não por causa
de pecado dele, mas por causa de sua obediência. Apesar de Maria e
José terem sido forçados a se mudar para outro país, eles
permaneceram no centro da vontade de Deus.

Jesus avisou aos Seus discípulos que esperassem perseguições à medida
em que obedecessem ao Pai. Ele lhes lembrou de que não passariam por
dificuldades sozinhos, porque o próprio Jesus também havia enfrentado
a hostilidade do mundo e tinha sido vitorioso (João 16:33)

Não fique desencorajado quando sofrer oposição. Pode ser que a
oposição seja uma indicação de que você está obedecendo a Deus.
Examine seu coração. Se você tiver feito o que você sabe que Ele lhe
mandou fazer, confie nEle para lhe ajudar a atravessar o antagonismo
que vem daqueles que não estão andando com Ele.

Quando encontraram perseguição, os discípulos não pediram a Deus que
removesse seus oponentes, mas que lhes desse ousadia enquanto
enfrentavam oposição (Atos 4:24-31). Pode ser que a vontade de Deus
para você inclua dificuldades, assim como foi para Seu Filho (João
15:20), mas Ele lhe ama e não permitirá que você enfrente mais do que
você aguenta.

ABANDONO

de Dennis Downing



Depois de terem cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.
Então Jesus lhes disse: “Ainda esta noite todos vocês me
abandonarão." Mateus 26:30-31

Abandono. O ato de deixar, largar, se afastar.

Era isso que os discípulos iam fazer com Jesus.
Iam deixá-lo.
Iam se afastar dele.
Iam abandoná-lo.

Jesus sabia disso, tanto é que ele predisse o ato. O incrível é que
ele não o fez com espírito de rancor ou mágoa. Ele não fez com ar
melodramático, todo preocupado consigo mesmo.

Jesus alertou seus melhores amigos da queda que se aproximava, talvez
como quem dissesse - "Não deixe que isso lhe abale. Eu já sabia e não
estou nem um pouco abalado" .

Você já abandonou alguém? Talvez não tenha sido para a morte, mas,
para sofrer ou pagar algo que ia "sobrar" para você. Talvez foi
porque não aguentava ver o que ela estava passando. Ou porque você
não quis passar pela mesma coisa. Ainda lembra? Ou, ainda lembra ter
sido abandonado?

Você já pensou que Jesus poderia ter escolhido outros discípulos? Ele
poderia ter chamado homens valentes, ex-combatentes ou mercenários,
homens com coração de ferro que teriam lutado até a última gota de
sangue pelo seu mestre.

Mas, ele chamou homens comuns, medrosos, fracos - com as mesmas
falhas que eu e você. Não lhe encoraja saber que no exército do
Senhor, tem lugar para pessoas como eu e você?

Oremos: Corajoso Senhor, que alívio saber que o Senhor tem coragem o
suficiente para todos nós. Que bom saber que quando eu tropeço,
escorrego, ou caio, o Senhor já antecipou isso e já estará com a mão
estendida para me levantar de novo. Não quero me condicionar a pecar,
mas, fico grato por saber que no Reino dos Céus há lugar também para
pecadores como eu. Em nome do nosso amado Jesus eu oro. Amém.